Dislexia na Fase Adulta: Desafios e Superações

Dislexia na Fase Adulta: Desafios e Superações

Neste artigo, exploraremos os desafios da dislexia na fase adulta e a importância de uma abordagem mais compreensiva e inclusiva. Através da experiência pessoal de Felipe, conhecido como Pipa, entenderemos como a dislexia impacta a vida adulta, desde a educação até o ambiente de trabalho.

Compreendendo a Dislexia na Fase Adulta

A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem que se manifesta principalmente nas áreas de leitura e escrita. É importante destacar que a dislexia é uma condição neurológica e não está relacionada à inteligência do indivíduo. Pessoas com dislexia nascem com essa condição e a carregam ao longo da vida, embora o grau de dificuldade possa variar e até diminuir com intervenções adequadas.

Dislexia não é algo que se pode “curar”, mas sim gerenciar. Com estratégias de ensino apropriadas e apoio, indivíduos disléxicos podem alcançar grande sucesso acadêmico e profissional. É crucial que educadores e familiares entendam que a dislexia não é uma falta de esforço ou preguiça, mas uma maneira diferente de processar a informação.

Esse transtorno pode se manifestar de diversas maneiras, incluindo dificuldades na decodificação de palavras, leitura lenta e trabalhosa, problemas de ortografia e dificuldades na leitura de texto fluente. Cada pessoa com dislexia é única, e suas necessidades também variam. Portanto, é essencial uma abordagem personalizada.

Impacto da Dislexia na Infância

A infância de uma pessoa disléxica pode ser repleta de desafios. Felipe compartilhou suas próprias experiências, destacando como a dislexia impactou sua vida escolar. Desde cedo, ele enfrentou dificuldades para ler, escrever e até mesmo para compreender tarefas simples. Essas dificuldades frequentemente resultavam em frustração e baixa autoestima.

Um dos maiores obstáculos para Felipe foi a pressão da comparação. Professores e colegas frequentemente comparavam seu desempenho com o de outros alunos, o que só aumentava seu sentimento de inadequação. Comentários como “Por que você não lê tão bem quanto seus colegas?” ou “Sua letra parece de um bebê” eram comuns e dolorosos.

Além disso, Felipe foi rotulado por alguns professores como “preguiçoso” ou “indisciplinado”. Esses rótulos não só eram injustos, mas também prejudiciais, afetando profundamente sua autoconfiança. Imagine uma criança que, ao invés de receber apoio e compreensão, é criticada e ridicularizada diariamente. Isso pode ter efeitos duradouros na vida de qualquer pessoa.

Bullying e Comparação na Escola

O bullying é uma realidade cruel para muitos alunos disléxicos. As dificuldades de aprendizado muitas vezes tornam esses alunos alvos fáceis para piadas e exclusões. Felipe compartilhou que, devido à sua dislexia, ele era frequentemente deixado de lado em trabalhos em grupo e era alvo de piadas constantes.

Para uma criança, a escola deveria ser um lugar de aprendizado e crescimento. No entanto, para Felipe, a escola se tornou um ambiente de medo e humilhação. Ele frequentemente fingia estar doente para evitar ir à escola, pois sabia que enfrentaria mais um dia de ridicularização e isolamento.

Esse tipo de ambiente hostil pode ter consequências devastadoras para o desenvolvimento emocional e psicológico de uma criança. É essencial que educadores e pais estejam atentos aos sinais de bullying e tomem medidas para criar um ambiente mais inclusivo e acolhedor para todos os alunos, independentemente de suas dificuldades.

Felipe encontrou força em sua fé e em sua comunidade religiosa, utilizando passagens bíblicas como inspiração para seguir em frente e ajudar outros que enfrentam desafios semelhantes. Ele criou o projeto “DislexClub” com o objetivo de oferecer apoio e recursos para pessoas com dislexia, garantindo que outros não tenham que passar pelas mesmas dificuldades que ele enfrentou.

Compreender e abordar a dislexia desde cedo é fundamental para garantir que crianças disléxicas não apenas sobrevivam, mas prosperem em seus ambientes educacionais e além. Isso requer um esforço conjunto de educadores, pais e a sociedade como um todo para criar um ambiente de apoio, compreensão e inclusão.

A Criação do DislexClub

Felipe, conhecido como Pipa, decidiu transformar suas experiências desafiadoras em uma oportunidade de ajudar outras pessoas. Ele criou o DislexClub, um projeto com o objetivo de oferecer apoio e recursos para pessoas com dislexia. A missão do DislexClub é aliviar o fardo daqueles que enfrentam dificuldades semelhantes às que ele enfrentou ao longo da vida.

O DislexClub se propõe a ser uma comunidade acolhedora e informativa, onde indivíduos com dislexia podem encontrar suporte, compartilhar suas histórias e acessar informações que facilitam a compreensão e o manejo da dislexia. Felipe acredita que, ao criar um espaço onde as experiências são valorizadas e compartilhadas, é possível promover um ambiente de inclusão e empoderamento.

As Dores da Descoberta

A descoberta da dislexia em um adulto pode ser um processo doloroso e confuso. Felipe compartilha que uma das maiores dificuldades é entender o que está acontecendo. Muitas vezes, a pessoa passa a vida inteira sem saber o motivo de suas dificuldades de aprendizado, o que pode gerar frustração e baixa autoestima.

A primeira dor é a busca pela identidade: “Quem sou eu?”. Felipe explica que descobrir a dislexia é um processo de autoconhecimento que envolve aceitar suas limitações e encontrar maneiras de superá-las. Essa descoberta pode ser libertadora, mas também traz à tona anos de frustrações acumuladas.

Felipe enfatiza a importância de ter acesso à informação clara e acessível. Ele lembra de sua própria experiência, onde encontrou textos longos e científicos que não ajudavam em nada. Por isso, ele defende que a informação sobre dislexia deve ser apresentada de maneira simples e compreensível, para que todos possam entender e se beneficiar.

Acesso à Informação da Dislexia na Fase Adulta

O acesso à informação é crucial para qualquer pessoa que queira entender e gerenciar sua dislexia. Felizmente, hoje em dia, existem várias fontes confiáveis de informação, como a Associação Brasileira de Dislexia e outras instituições que produzem conteúdo de qualidade sobre o tema.

Felipe destaca que a primeira coisa que se aprende em publicidade é passar uma mensagem que o receptor entenda. Não adianta falar sobre dislexia em uma linguagem complicada, sendo que muitos disléxicos têm dificuldade com a leitura. Por isso, ele se esforça para comunicar informações de maneira leve e acessível.

Além das informações disponíveis online, Felipe menciona a importância de eventos e comunidades onde as pessoas podem compartilhar suas experiências e aprender umas com as outras. Esses espaços oferecem não apenas conhecimento, mas também apoio emocional, o que é fundamental para quem está lidando com a dislexia.

O Processo de Diagnóstico

O diagnóstico de dislexia é um processo multidisciplinar que envolve vários profissionais, como neurologistas, psicólogos e psicopedagogos. Felipe passou por muitos desses profissionais até que sua dislexia fosse finalmente diagnosticada. Ele ressalta que esse processo pode ser caro, o que torna difícil para muitas pessoas obterem um diagnóstico preciso.

No entanto, existem algumas universidades que oferecem testes gratuitos. Felipe fez seu teste na Universidade Mackenzie, em São Paulo, onde passou por uma série de avaliações. Ele destaca a importância de tornar esses testes mais acessíveis, para que mais pessoas possam obter um diagnóstico e, consequentemente, o apoio de que precisam.

Felipe também menciona que, no Rio de Janeiro, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) oferece testes gratuitos de diagnóstico de dislexia. Embora isso seja positivo, a fila de espera pode ser longa, o que é uma desvantagem. Ainda assim, a disponibilidade desses serviços gratuitos é um passo importante na direção certa.

Legislação e Apoio Público

Felipe fala sobre a importância da legislação no apoio às pessoas com dislexia. Em São Paulo, por exemplo, está tramitando uma lei que obrigaria as escolas públicas a terem profissionais capacitados para realizar testes de dislexia. Embora isso seja um avanço, ele ressalta que não deveríamos esperar por leis para agir.

Ele também menciona um movimento forte no Mato Grosso, onde a conscientização sobre a dislexia foi promovida através de outdoors e eventos públicos. Esse tipo de mobilização é essencial para aumentar a visibilidade do tema e pressionar por mudanças legislativas e sociais.

No âmbito federal, há uma lei em processo que visa garantir direitos às pessoas com dislexia. Embora esteja demorando para ser aprovada, o simples fato de estar em trâmite já é um sinal positivo de que o tema está ganhando atenção. Felipe acredita que, com o tempo e a pressão da sociedade, essas leis serão aprovadas e implementadas, beneficiando muitas pessoas.

Desafios no Vestibular

Um dos maiores desafios para um adulto disléxico é a preparação para o vestibular. Felipe explica que, para passar no vestibular, é necessário enfrentar uma série de provas que exigem habilidades de leitura e escrita. Para um disléxico que não recebeu o apoio necessário durante a infância, isso pode ser extremamente difícil.

Ele menciona que, no blog do DislexClub, há informações sobre os direitos dos disléxicos durante as provas. Por exemplo, pessoas com dislexia têm direito a uma hora a mais de prova, uso de calculadora, um leitor para ler as questões e provas com fonte maior. Esses direitos são fundamentais para nivelar o campo de jogo e dar aos disléxicos uma chance justa.

Felipe incentiva todos a pesquisarem sobre seus direitos e a usarem esses recursos. Ele acredita que a informação é poder e que, ao entender seus direitos, os disléxicos podem enfrentar os desafios do vestibular com mais confiança e tranquilidade.

Além dos direitos durante as provas, Felipe fala sobre a importância de uma preparação adequada. Isso inclui técnicas de estudo adaptadas às necessidades dos disléxicos, uso de materiais de apoio e, se possível, orientação de profissionais especializados. Com a preparação certa e o uso dos recursos disponíveis, é possível superar os desafios do vestibular e alcançar o sucesso acadêmico.

Desafios da Dislexia na Fase Adulta no Mercado de Trabalho

Os desafios para um disléxico no mercado de trabalho são numerosos. Felipe compartilhou uma situação que enfrentou em uma grande agência de publicidade em São Paulo. Ele era responsável por uma apresentação para um cliente importante, mas devido aos seus erros de português, a apresentação precisou ser revisada, o que atrasou o trabalho e aumentou seu medo de perder o emprego.

Essa pressão constante para não cometer erros pode ser avassaladora. No ambiente de trabalho, um disléxico pode sentir que está constantemente sob escrutínio. A possibilidade de cometer um erro e ser demitido é uma preocupação real e constante. Felipe menciona que, atualmente, trabalha como assistente de social media, fazendo postagens no Facebook para clientes. O medo de publicar um texto com erros de português é uma realidade diária.

Para lidar com esses desafios, Felipe desenvolveu algumas técnicas, como o uso de um bloco de notas para anotar as instruções de seu chefe. Ele também destaca a importância de respirar fundo e tomar notas detalhadas para garantir que entendeu corretamente as tarefas. Essas estratégias ajudam a minimizar os erros e a melhorar o desempenho no trabalho.

Melhorando a Retenção de Informações da Dislexia na Fase Adulta

Felipe compartilha que uma das maiores dificuldades para um disléxico é reter informações. Ele menciona que, na escola, detestava conjugar verbos e que essa tarefa era especialmente desafiadora. Para superar essa dificuldade, ele desenvolveu métodos criativos, como criar raps para decorar fórmulas de física e usar analogias para entender conceitos gramaticais.

Ele sugere que os disléxicos sejam criativos na hora de aprender. Por exemplo, para decorar a conjugação verbal, ele fazia piadas e brincadeiras com os tempos verbais. Essa abordagem lúdica ajudava a tornar o aprendizado mais divertido e menos estressante.

Outra técnica que Felipe utiliza é a analogia visual. Ele menciona que, para se localizar, ele decora elementos visuais das ruas, como portas coloridas e letreiros. Essa estratégia é especialmente útil para quem tem dificuldade em lembrar nomes de ruas e direções.

Desafios Cotidianos da Dislexia na Fase Adulta

Os desafios cotidianos para um disléxico vão além do ambiente de trabalho e da escola. Tarefas simples, como pegar um ônibus, preencher um formulário ou escrever um cheque, podem ser extremamente complicadas. Felipe compartilha que, ao dar entrada em um hospital, preencher os formulários pode ser uma tarefa estressante que piora sua condição física.

Ele também destaca a dificuldade em ver as horas em relógios de ponteiro. Para contornar essa dificuldade, Felipe prefere usar relógios digitais, que são mais fáceis de ler. Ele menciona que, em uma festa, usava um relógio de ponteiro apenas por motivos estéticos e precisava consultar o celular para ver as horas.

Esses desafios cotidianos exigem que os disléxicos desenvolvam estratégias únicas para lidar com suas limitações. Felipe enfatiza que a inteligência não está em fazer as coisas da mesma maneira que os outros, mas em encontrar soluções criativas para superar as dificuldades.

A Importância da Criatividade na Aprendizagem

Felipe acredita que a criatividade é uma das maiores forças de um disléxico. Ele menciona que, para aprender física, ele criava raps e usava analogias para decorar fórmulas. Essa abordagem criativa ajudava a tornar o aprendizado mais acessível e menos intimidante.

Ele destaca que cada pessoa aprende de maneira diferente e que é essencial encontrar o método que funciona melhor para você. Felipe sugere que os disléxicos usem a criatividade para transformar o aprendizado em algo divertido e significativo.

Além disso, Felipe acredita que compartilhar suas estratégias de aprendizado com outras pessoas pode ser extremamente benéfico. Ele menciona que a troca de experiências e técnicas pode ajudar outros disléxicos a encontrar métodos eficazes para superar suas dificuldades.

Relacionamentos e Paciência

Os relacionamentos são outra área onde os disléxicos podem enfrentar desafios. Felipe compartilha sua experiência com namoros e destaca a importância da paciência e da comunicação clara. Ele menciona que é crucial ser honesto sobre suas limitações e pedir compreensão e apoio da outra pessoa.

Ele compara a paciência necessária em um relacionamento com a paciência que Deus tem com seu povo, citando a travessia do deserto pelos israelitas como um exemplo de paciência divina. Felipe enfatiza que, assim como Deus é paciente conosco, devemos ser pacientes com nossos parceiros e familiares.

Felipe sugere que, ao se relacionar com um disléxico, é importante não gritar ou esbravejar quando ocorrem falhas, mas sim falar com brandura e amor. Ele acredita que essa abordagem ajuda a fortalecer o relacionamento e a superar os desafios juntos.

Reflexões Finais da Dislexia na Fase Adulta

A dislexia na fase adulta é repleta de desafios, mas também de oportunidades para crescimento e aprendizado. Ele acredita que cada dificuldade enfrentada ajuda a moldar a pessoa em uma “jóia de valor inestimável”.

Ele encoraja todos os disléxicos a verem suas dificuldades como oportunidades para se tornarem mais fortes e resilientes. Felipe também destaca a importância de buscar conhecimento e de se apaixonar pelo aprendizado, pois isso não só melhora a própria vida, mas também permite ajudar e inspirar os outros.

Felipe agradece a todos que o apoiaram em sua jornada, especialmente àqueles que abriram portas e ofereceram oportunidades para ele compartilhar sua história e suas experiências. Ele conclui com uma mensagem de esperança e encorajamento, lembrando que, com paciência, criatividade e apoio, é possível superar qualquer desafio.


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